Companhia diz
que mudanças nas regras valerão a partir de 14 de março. Gol foi a primeira a
anunciar cobrança.
Depois da Gol, a Latam confirmou
que passará a cobrar pelo despacho de malas em seus voos nacionais. Para voos
na América do Sul, a cobrança só será feita pela segunda babagem despachada. Em
outros voos internacionais, o despacho será gratuito em até duas malas com o
limite de 23 quilos cada.
Segundo a Latam,
a mudança pode reduzir o valor da passagem em até 20% até 2020, uma vez que o
passageiro poderá pagar apenas pelo que necessitar. "Nesse sentido, alguns
serviços que sempre foram cobrados de todos os passageiros passarão a ser
opcionais", diz a empresa em comunicado.
A cobrança
varia de acordo com o peso da bagagem e destino. No caso dos voos domésticos, o
valor pode chegar a R$ 200, dependendo do peso da mala. Na América do Sul, o
excesso de peso (entre 34 e 45 quilos) será taxado em US$ 180, e em outros voos
fora do país, em US$ 200.
Segundo a
Latam, os passageiros dos voos nacionais vão pagar R$ 50 para despachar malas
de até 23 kg nos próximos meses. A medida não está em vigor, mas será
implementada "no futuro", segundo a Latam.
A cobrança foi
permitida por uma nova regra da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) de
dezembro do ano passado, que entrará em vigor no dia 14 de março. Pela regra
atual, as companhias aéreas são obrigadas a transportar sem cobranças
adicionais uma bagagem despachada de 23 kg para voos nacionais e duas de 32 kg
para voos internacionais.
Medidas
gradativas
A Latam ainda
não definiu uma data para iniciar a cobrança das bagagens despachadas nos voos
nacionais. "Vamos dar um tempo para o passageiro se acostumar", disse
a presidente da Latam, Claudia Sender, ao G1.
Segundo ela, o
processo vai ser gradativo. A Latam vai começar cobrando pela segunda mala
despachada e só depois vai cobrar pela primeira. "Estamos desenvolvendo
uma nova forma de voar. O passageiro precisa entender como funciona."
Promessa
de redução de preços
Ao G1, a presidente da Latam, Cláudia Sender, afirmou em
janeiro que a cobrança de bagagem deverá levar a uma redução no preço médio da passagem.
"A experiência internacional mostra que os preços das passagens caíram e
mais pessoas passaram a usar o transporte aéreo onde a bagagem despachada é
cobrada à parte.
Com o novo jeito de voar, a Latam e suas filiais projetam
reduzir em até 20% as tarifas mais baratas disponíveis para seus voos
domésticos até 2020", disse.
A Latam vem
defendendo a segmentação do serviço, na qual o cliente só pague efetivamente
pelo serviço que ele usar, argumentando que alguns serviços sempre foram
cobrados de todos os passageiros, como o despacho de bagagem, a seleção de
assento e a alimentação a bordo.
Segundo a
empresa, a novas regras para cobrança da bagagem despachada são o primeiro
passo dessa estratégia. Ao G1, a presidente da
Latam disse que a empresa deverá implementar outras medidas de segmentação de serviço ao
longo do ano, como a cobrança pelo assento marcado e lanche a bordo. Essa
estratégia vai viabilizar a criação de uma nova classe tarifária promocional,
mis barata que a atual.
As empresas
aéreas refutaram a ideia de que vão começar a cobrar pelo despacho de bagagem.
A visão delas é de que esses serviços são cobrados de todos os passageiros e
estão embutidos no preço da passagem.
"Hoje,
todos os passageiros pagam como se estivessem viajando com uma bagagem
despachada, quando 40% dos passageiros viajam só com uma mala de mão. Para os
passageiros que optarem por comprar uma passagem sem a bagagem despachada,
esses sim verão uma redução efetiva de preço da passagem", disse a
presidente da Latam em entrevista ao G1.
Fonte: G1.